30 mar 2010
Ter, 30 de Março de 2010 11:40
No caminho para se consolidar como produtora de embalagens com escala e competitividade globais, a Klabin terá pela frente uma equação desafiadora nos próximos anos: realizar os investimentos necessários para se beneficiar do bom momento dos mercados em que atua, ao mesmo tempo em que busca reduzir a alavancagem e viabilizar a construção da fábrica de celulose que garantirá seu novo perfil. Para equilibrar os dois objetivos, e ainda honrar compromissos financeiros com maior concentração de vencimentos nos anos 2012 e 2013, o foco da empresa estará voltado à geração de caixa. "Esse projeto (a nova fábrica) integra com escala os negócios da Klabin e consolida nossa estratégia para o mercado de embalagens", afirma seu diretor-geral, Reinoldo Poernbacher.
A companhia, que em 2009 incorporou o mantra "o caixa é rei" e manteve apenas investimentos essenciais, soltou ligeiramente as rédeas neste ano. O executivo informa que planeja aporte de R$ 400 milhões em 2010, um aumento de 62% na comparação anual. Serão, em boa parte, projetos de curta maturação, como a modernização e otimização de linhas, os quais permitirão à Klabin ampliar marginalmente o volume de produção. Simultaneamente, almeja baixar o nível de alavancagem, medido pela relação entre dívida líquida e Lajida, para menos de 3 vezes até o fim do ano. "Nossa meta é no máximo 2 vezes no médio prazo".
Do lado financeiro, parte da lição de casa foi feita em 2009, quando o crédito escasso e as incertezas sobre os rumos da economia mundial forçaram empresas mundo afora a mais do que moderar investimentos. No caso da Klabin, os aportes recuaram para R$ 247 milhões, ante R$ 587 milhões investidos um ano antes. A disciplina nos gastos, associada à redução da dívida líquida e à geração de caixa praticamente estável, fez com que a alavancagem caísse de 5,1 vezes ao fim de 2008 para 3,4 vezes em dezembro. Hoje, no caixa, a empresa tem mais de R$ 2 bilhões, suficientes para o resgate do principal da dívida correspondente a mais de dois anos.
No início deste ano, condições de mercado melhores do que o esperado levaram a Klabin a revisar o orçamento anual. Poernbacher diz que até mesmo os R$ 400 milhões, que já contemplam projetos de retorno no curtíssimo prazo e não estavam anteriormente no radar, poderão ser superados.
O executivo cita como exemplo aportes adicionais de R$ 41 milhões na operação de papelão ondulado, cujas vendas no primeiro bimestre levaram a ABPO, entidade que representa o setor, a elevar as projeções para o desempenho em 2010. Inicialmente, a entidade trabalhava com expectativa de expansão das vendas em linha com a do Produto Interno Bruto (PIB), entre 5% e 6%. Neste mês, anunciou que aumentou a previsão de crescimento para até 8%. Com os novos investimentos, a Klabin elevará em 12 mil toneladas anuais a capacidade de produção de papelão ondulado - em 2009, as vendas de papelão da companhia totalizaram 457 mil toneladas.
"Não podemos deixar de aproveitar essas oportunidades, mas também não podemos abrir mão da disciplina nos investimentos", pondera o executivo, formado prata da casa. Outra área que poderá receber aportes adicionais é a de kraftliner, papel usado na confecção de embalagens. Após consecutivos reajustes mensais, os preços internacionais do produto ultrapassaram US$ 600 por tonelada, alcançando os mais elevados níveis da história. Mensalmente, a empresa exporta cerca de 5 mil toneladas de kraft, o terceiro principal produto nas vendas em volume da companhia.
A companhia, que em 2009 incorporou o mantra "o caixa é rei" e manteve apenas investimentos essenciais, soltou ligeiramente as rédeas neste ano. O executivo informa que planeja aporte de R$ 400 milhões em 2010, um aumento de 62% na comparação anual. Serão, em boa parte, projetos de curta maturação, como a modernização e otimização de linhas, os quais permitirão à Klabin ampliar marginalmente o volume de produção. Simultaneamente, almeja baixar o nível de alavancagem, medido pela relação entre dívida líquida e Lajida, para menos de 3 vezes até o fim do ano. "Nossa meta é no máximo 2 vezes no médio prazo".
Do lado financeiro, parte da lição de casa foi feita em 2009, quando o crédito escasso e as incertezas sobre os rumos da economia mundial forçaram empresas mundo afora a mais do que moderar investimentos. No caso da Klabin, os aportes recuaram para R$ 247 milhões, ante R$ 587 milhões investidos um ano antes. A disciplina nos gastos, associada à redução da dívida líquida e à geração de caixa praticamente estável, fez com que a alavancagem caísse de 5,1 vezes ao fim de 2008 para 3,4 vezes em dezembro. Hoje, no caixa, a empresa tem mais de R$ 2 bilhões, suficientes para o resgate do principal da dívida correspondente a mais de dois anos.
No início deste ano, condições de mercado melhores do que o esperado levaram a Klabin a revisar o orçamento anual. Poernbacher diz que até mesmo os R$ 400 milhões, que já contemplam projetos de retorno no curtíssimo prazo e não estavam anteriormente no radar, poderão ser superados.
O executivo cita como exemplo aportes adicionais de R$ 41 milhões na operação de papelão ondulado, cujas vendas no primeiro bimestre levaram a ABPO, entidade que representa o setor, a elevar as projeções para o desempenho em 2010. Inicialmente, a entidade trabalhava com expectativa de expansão das vendas em linha com a do Produto Interno Bruto (PIB), entre 5% e 6%. Neste mês, anunciou que aumentou a previsão de crescimento para até 8%. Com os novos investimentos, a Klabin elevará em 12 mil toneladas anuais a capacidade de produção de papelão ondulado - em 2009, as vendas de papelão da companhia totalizaram 457 mil toneladas.
"Não podemos deixar de aproveitar essas oportunidades, mas também não podemos abrir mão da disciplina nos investimentos", pondera o executivo, formado prata da casa. Outra área que poderá receber aportes adicionais é a de kraftliner, papel usado na confecção de embalagens. Após consecutivos reajustes mensais, os preços internacionais do produto ultrapassaram US$ 600 por tonelada, alcançando os mais elevados níveis da história. Mensalmente, a empresa exporta cerca de 5 mil toneladas de kraft, o terceiro principal produto nas vendas em volume da companhia.
A nova fábrica de celulose, que será instalada em município do Paraná ainda a ser definido, não deve entrar em operação antes de 2015 ou 2016 e tem por finalidade, inicialmente, alimentar uma futura linha de papel cartão, hoje principal produto da Klabin tanto em volume quanto em receita. A valores de hoje, não deverá custar menos de US$ 1,5 bilhão para uma capacidade instalada na faixa de 1,5 milhão de toneladas.
O mais recente grande investimento da empresa foi feito justamente nesse segmento e colocou a fábrica de papel de Monte Alegre (PR) entre as 10 maiores do mundo. Custou R$ 2,2 bilhões. O projeto ampliou a capacidade de papéis e cartões de 700 mil para 1,1 milhão de toneladas anuais. "Com essa nova unidade, sempre teremos um excedente de celulose, o qual será vendido no mercado", diz Poernbacher. "Mas nosso objetivo não é vender celulose. É ter matéria-prima competitiva para alimentar nosso negócio, que é o de embalagens".
Sob o aspecto mercadológico, os prognósticos são favoráveis aos planos da Klabin. Ao menos até 2012, a empresa terá a seu favor o cenário positivo tanto em termos de demanda quanto de preços para celulose e papel. As sucessivas altas nas cotações da fibra - em 2011, conforme previsão do Goldman Sachs, a tonelada poderá alcançar US$ 1.000 - deverão ser repassadas para os preços do papel e a Klabin, que processa toda a matéria-prima que utiliza, se beneficiará 100% desse movimento.
"O cenário é positivo. A Klabin terá uma situação bem mais confortável em 2013 e 2014, pois terá maior fluxo de caixa, que poderá ser usado na expansão", avalia Marcelo Aguiar, analista de ações do Goldman Sachs para a América Latina. "Hoje, ela não teria condições de tocar o projeto". Em 2010, a empresa tem vencimento R$ 695 milhões da dívida bruta; em 2013 se dará o pico - R$ 843 milhões.
Aguiar diz que as concorrentes não integradas que compram celulose no mercado sofrerão forte pressão de custos e puxarão para cima as cotações de papéis. "Há uma boa perspectiva de melhora na margem operacional da Klabin, que não sentirá a pressão da matéria-prima", reitera. Para o especialista, somente em 2013 ou 2014 ficará mais claro à companhia se haverá necessidade de recorrer à emissão de ações ou dívida para financiar a nova fábrica de celulose.
Outro fator decisivo à estratégia da Klabin é produtividade florestal - hoje, a empresa conta com mais de 210 mil hectares de florestas plantadas e 190 mil hectares preservados. "A nova fábrica é o ponto de partida para um negócio ainda mais global", afirma Poernbacher. "E o projeto fica mais viável quanto maior for a produtividade florestal." Segundo ele, há três anos a Klabin vem ampliando os recursos nesse caminho: produzir mais madeira por hectare plantado.
Fonte: Valor Econômico
O mais recente grande investimento da empresa foi feito justamente nesse segmento e colocou a fábrica de papel de Monte Alegre (PR) entre as 10 maiores do mundo. Custou R$ 2,2 bilhões. O projeto ampliou a capacidade de papéis e cartões de 700 mil para 1,1 milhão de toneladas anuais. "Com essa nova unidade, sempre teremos um excedente de celulose, o qual será vendido no mercado", diz Poernbacher. "Mas nosso objetivo não é vender celulose. É ter matéria-prima competitiva para alimentar nosso negócio, que é o de embalagens".
Sob o aspecto mercadológico, os prognósticos são favoráveis aos planos da Klabin. Ao menos até 2012, a empresa terá a seu favor o cenário positivo tanto em termos de demanda quanto de preços para celulose e papel. As sucessivas altas nas cotações da fibra - em 2011, conforme previsão do Goldman Sachs, a tonelada poderá alcançar US$ 1.000 - deverão ser repassadas para os preços do papel e a Klabin, que processa toda a matéria-prima que utiliza, se beneficiará 100% desse movimento.
"O cenário é positivo. A Klabin terá uma situação bem mais confortável em 2013 e 2014, pois terá maior fluxo de caixa, que poderá ser usado na expansão", avalia Marcelo Aguiar, analista de ações do Goldman Sachs para a América Latina. "Hoje, ela não teria condições de tocar o projeto". Em 2010, a empresa tem vencimento R$ 695 milhões da dívida bruta; em 2013 se dará o pico - R$ 843 milhões.
Aguiar diz que as concorrentes não integradas que compram celulose no mercado sofrerão forte pressão de custos e puxarão para cima as cotações de papéis. "Há uma boa perspectiva de melhora na margem operacional da Klabin, que não sentirá a pressão da matéria-prima", reitera. Para o especialista, somente em 2013 ou 2014 ficará mais claro à companhia se haverá necessidade de recorrer à emissão de ações ou dívida para financiar a nova fábrica de celulose.
Outro fator decisivo à estratégia da Klabin é produtividade florestal - hoje, a empresa conta com mais de 210 mil hectares de florestas plantadas e 190 mil hectares preservados. "A nova fábrica é o ponto de partida para um negócio ainda mais global", afirma Poernbacher. "E o projeto fica mais viável quanto maior for a produtividade florestal." Segundo ele, há três anos a Klabin vem ampliando os recursos nesse caminho: produzir mais madeira por hectare plantado.
Fonte: Valor Econômico
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