12 apr 2010

Publicação: 10/04/2010 12:49

A Cenibra (Celulose Nipo-Brasileira S/A) decidiu retomar os estudos para a duplicação da produção da fábrica de Belo Oriente, no Vale do Rio Doce, projeto que deverá consumir cerca de US$ 1,5 bilhão para dar capacidade à empresa de fornecer 2 milhões de toneladas por ano de celulose branqueada de eucalipto. O novo presidente da companhia, Paulo Eduardo Rocha Brant, empossado ontem, anunciou como primeira tarefa no cargo a retirada dos planos de expansão da gaveta, diante do cenário positivo observado pelo setor este ano, com recuperação do consumo e dos preços da matéria-prima no mercado internacional. “Estamos operando a plena carga e não há mais produção para atender encomendas substantivas”, disse o executivo, sucessor de Fernando Henrique da Fonseca, que estava na presidência da Cenibra desde 2001 e agora passa à função de consultor da diretoria.

A despeito dos efeitos da crise financeira mundial, a empresa, segunda maior exportadora brasileira de celulose branqueada de eucalipto, fechou o ano passado com uma produção 5% superior a de 2008 – totalizando 1,2 milhão de toneladas – impulsionada, especialmente, pelas compras da China. Com fábricas novas de papel, o gigante asiático foi o motor que movimentou o mercado da celulose, contrabalançando a demanda menor dos Estados Unidos e da Europa. Os preços acabaram entrando em recuperação e já retornaram aos níveis anteriores à turbulência naeconomia. A tonelada da celulose de eucalipto voltou à faixa de US$ 800, em média, depois de despencar à metade no primeiro trimestre de 2009.

“Olhando para o mercado mundial, acreditamos que é hora de revisitar o projeto de expansão. Os acionistas estão abertos para isso”, afirmou Paulo Brant. A Cenibra é controlada por um grupo de 16 empresas japonesas reunidas na JBP (Japan Brazil Paper and Pulp Resources Development). Idealizado há quatro anos, o plano de expansão previa recursos de US$ 1,2 bilhão e a criação de 300 empregos diretos só na produção. Paulo Brant disse que as condições determinantes para a apresentação do projeto aos acionistas estão ligadas às possibilidades de financiamento de um programa que deve encarecer e a uma solução para o aumento da produção das florestas que abastecerão a área industrial.

O presidente da Cenibra preferiu não adiantar as possibilidades de equação financeira do empreendimento, mas também não descarta alianças num mercado em que os correntes estão se movendo. Recentemente, a Fibria, resultado da união entre a Aracruz e a Votorantim Celulose, informou que define neste ano projeto de expansão para a Veracel, joint venture formada com a sueco-finlandesa Stora Enso em Eunápolis, na Bahia.

Decisão na Usiminas

O governador Antônio Augusto Anastasia, que participou da solenidade de troca de presidentes na Cenibra, disse esperar em no máximo 30 dias a decisão do grupo Usiminas sobre a implantação de uma usina de placas de aço em Minas. “Aguardamos o anúncio não só do local da nova siderúrgica (até o momento é citado o município de Santana do Paraíso, no Sul de Minas) como das medidas que o governo em parceria com a empresa adotará para manter o ritmo de investimentos no Vale do Aço”, afirmou.

Fonte: UAI

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Marcos Giongo
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